"V" de Vulnerável - Seth Godin

   
Título: V is for Vulnerable
Autor: Seth Godin
Editora: Penguin
Ano: 2012
ISBN/EAN: 9-781591-846109


O livro ilustrado de Seth Godin, V is for Vulnerable, ainda sem edição no Brasil (feb/14), tal qual a edição Norte-americana, aparece também como apêndice (não ilustrado) no premiado livro de Godin que saiu junto, A Ilusão de Ícaro.

Trata-se de um interessante abecedário do artista, com um verbete para cada letra, falando da vulnerabilidade de se viver fora da zona de conforto, passeando por temas como:


Ansiedade - Gire (birl) - Compromisso - Dance - Esforço - Feedback - Presentes (gifts) - Heróis - Iniciativa - Alegria (joy) - Faca (knife) - Solitário (lonely) - Mais - Não - Tocar com a Alma (one-buttock playing) - Dor (pain) - Qualidade - Remix - Vergonha (shame) - Cabo de Segurança (tether) - Guarda-chuvas (umbrellas) - Vulnerabilidade - Garantia (warranty) - Barco de 3 Velas (xebec) - Juventude (youth) - Zabaglione

Seth Godin sempre com boas sacadas.

Obviamente o livro faz mais sentido lido em conjunto com A Ilusão de Ícaro.


:)
< / >.
   

A Ilusão de Ícaro - Seth Godin

   
Título: A Ilusão de Ícaro
Tradução de: The Icarus Deception
Autor: Seth Godin
Editora: Elsevier-Campus
Ano: 2012
Páginas: 227
ISBN/EAN: 9-788535-272451


"Quão alto você vai voar?" desafia o subtítulo da versão original em inglês. 

Você não é a sua carreira. 
Sua capacidade de seguir instruções não é o segredo do sucesso.

Segundo o professor e profícuo escritor de Marketing Seth Godin, para ter sucesso hoje em dia é necessário a pessoa ser Artista. Artistas não tem medo de se sobressair, contrariar, assumir riscos, rejeitar a conformidade. Pelo contrário, Arte é acima de tudo uma questão de Atitude: mensurar novas oportunidades, caminhos antes não trilhados, navegar sem mapa, conectar pessoas novas e ideias novas.


Zona de Conforto vs Zona de Segurança


Na Economia Industrial, Artistas não eram tão necessários, onde a conformidade e padrão eram a meta máxima. No entanto na Economia da Conexão, padrão e conformidade são o que menos interessam. Na nova economia a Zona de Conforto e a Zona de Segurança não coincidem, na Industrial sim. Estar dentro do padrão deixava as pessoas na Zona de Conforto e portanto Segurança. Na Economia da Conexão o padrão e conformidade continuam deixando as pessoas na Zona de Conforto, mas não mais na de Segurança. Sensível diferença. Poucas pessoas já se deram conta que a Segurança da nova economia está justamente fora da Zona de Conforto. Em uma sociedade e economia em constante mudança, é mais seguro estar em movimento, mesmo que com o risco do erro, que estar parado.



Massa vs Nicho

O Mercado de Massa sempre foi a meta da economia industrial pois lá estava a zona de conforto e segurança. Manufatura e Marketing eficientes garantiam a permanência no mercado de massa e portanto nas zonas de Conforto e Segurança. A Internet mudou o conceito de Mercado de Massa como Zona de Segurança. A Massa continua a Zona de Conforto, mas perdeu a Segurança. A Internet levou o mercado para as extremidades: extremidades geográficas e extremidades de segmentos. O lucro move-se da massa para os nichos, do normal para o estranho. E para entender e atender os nichos e estranhos, é necessária muita Arte e habilidades típicas dos Artistas.




6 Aspectos da Economia da Conexão

O sucesso na nova Economia da Conexão está em 6 aspectos: Confiança, Permissão, Notoriedade, Liderança, Historias que se espalham e Humanidade. E esses aspectos não são gerados por estratégias externas que se pode copiar, cursos de MBA, ou memorandos motivacionais. Só se chega a esses conceitos depois de traumas, decisões corajosas e desejo de sobreviver dignamente, muita tentativa e erro. Trata-se de destacar-se, fugir de padrões, inventar, não copiar. Principalmente a Liderança na nova economia muda, do típico modelo Comando-Controle da era Industrial para o modelo mais humano, transparente e vulnerável, disposto a conduzir o time sob risco a novos lugares não explorados. Hoje, os Consumidores têm amplas opções para qualquer produto ou serviço. Para atrair a atenção e confiança deles, são necessárias notoriedade, histórias críveis e humanas capazes de se alastrarem. E isso tudo é como fazer Arte. É tipicamente atividade de Artistas.



Segundo Seth Godin existe um mal-entendido sobre a lenda de Ícaro. O outro lado da história. Apesar de não ter respeitado os limites de não aproximar-se demais do sol (que o levaria ao fracasso, já que as asas de cera derreteram), existe o lado muito positivo na lenda de Ícaro, pois ele aprendeu a não voar baixo. Dédalo (pai de Ícaro e construtor de suas asas) o orientou a não voar perto da água pois também danificaria as asas. Mas isso quase ninguém conta, pois mais vale a lenda da conformidade com as regras que da ousadia. Mas Ícaro testou os limites, ousou sair da conformidade, da Zona de Conforto, por isso voou. Só teve insucesso pois ousou de mais, extrapolou.

Na parte final, Seth Godin apresenta uma breve história de 14 pessoas (comuns) que ousaram voar mais alto, fizeram arte nas suas profissões e conquistaram sucesso.

Também no final, o livro apresenta um resumo de outro livro de Seth Godin, o ilustrado V de Vulnerável, um abecedário do artista, com um verbete para cada letra. Interessante.

Não à toa, A Ilusão de Ícaro de Seth Godin foi escolhido o Melhor Livro de Inovação e Criatividade de  2012 pelo 800-CEO-read

Vale a leitura!

Mais informações no blog do autor.

:)
< / >.
   

Jogar para Vencer - A.G. Lafley & Roger Martin

   

Título: Jogar para Vencer
Autores: Roger L. Martin & A.G.Lafley
Tradução de: Playing to Win
Editora: HSM
Ano: 2014
Páginas: 240
ISBN/EAN: 9-788567-389158


A.G. Lafley foi CEO da P&G por uma década e sob a consultoria do prof. Roger Martin, foi capaz de dobrar o faturamento e quadruplicar o lucro da empresa.

Da experiência de ambos nasceu o premiado livro Jogar para Vencer que trata de Estratégia e Execução.
Segundo os autores, uma boa Estratégia segue uma sequência de Escolhas em Cascata:

Composta de 5 Escolhas:

1. Qual a nossa Ambição Vencedora?
Formalizar a real causa da empreitada. O que de fato leva a empresa a empreender.

2. Onde jogaremos (Escopo/Segmentação)?
Estabelecer para qual segmento e mercado e com qual produto a empresa irá competir.

3. Como venceremos (Proposta de Valor)?
Qual a real Proposta Única de Valor para o segmento alvo, a Vantagem Competitiva. Como nos diferenciaremos dos concorrentes.

4. Quais Competências devem ser alocadas?
Uma vez definido o produto, o segmento alvo e a proposta de valor, quais Capacidades faltam à organização que são essenciais à Execução.
Até os itens acima, normalmente qualquer Empresa faz bem. Porém é extremamente comum não constar nos planos, quais Capacidades faltam. Um SWOT bem aplicado, honesto, esclarece quais Capacidades devem ser desenvolvidas ou adquiridas ou terceirizadas para se implementar o plano. Um bom plano sem esse passo, não é um bom plano. Muita ingenuidade, se não prepotência achar que não se precisa de nada adicional às Capacidades da empresa para encarar o novo desafio. Por soberba, muitos executivos quebram a cara por isso.

5. Quais Sistemas de Gestão são necessários?
Da mesma forma que na escolha anterior, novos Sistemas ou novos recursos aos sistemas existentes precisam ser desenvolvidos. Outro passo muitas vezes negligenciado.

Nítidas as referências a Proposta Única de Valor e Vantagem Competitiva de Michael Porter e necessidades adicionais de Sistemas Gerenciais e Capacidades de Ram Charan (Lafley já foi coautor de livros com Charan também) e Jim Collins. Nada de errado nisso, pelo contrário, são autores consagrados.

Muito mais que formular alguma teoria nova, os autores criaram na verdade um guia-rápido de Execução Estratégica utilizando teorias já existentes e consagradas.

Interessante combinação, abordagem.

Não à toa, Playing to Win de A.G. Lafley & Roger Martin está entre os Melhores Livros de Negócios de 2013 em sites e publicações de referência:
. Thinkers 50 

Este livro está entre meus Recomendados sobre Empreendedorismo. Confira a lista aqui.

Mais detalhes no site do livro.
Confira também a palestra de Roger Martin sobre Design Thinking no ExpoManagement.

< / >.
   

Brandwashed - Martin Lindstrom

   

Título: Brandwashed, o lado oculto do Marketing
Autor: Martin Lindstrom
Tradução de: Brandwashed, 
     Tricks Companies use to manipulate our minds and persuade us to buy
Editora: HSM
Ano: 2011
Páginas: 294
ISBN/EAN: 9-788565-482066

"Controlamos o que compramos ou são as Empresas que escolhem por nós?"

Martin Lindstrom é conhecido mundialmente por ser fanático por pesquisas e por entender como e porque compramos. 
Em seu livro anterior mais conhecido, A Lógica do Consumo, Lindstrom mostrou para as empresas como pensam e agem as pessoas quando compram. Desta vez, parece que ele muda de lado e mostra aos consumidores como as empresas usam o Neuromarketing para fazê-las comprar, ainda que não necessariamente queiram.

Existem duas formas de ler Brandwashed, segundo o profissional de marketing Jaime Troiano em seu prefácio à edição brasileira: uma Fundamentalista, literal, como denuncia dos ardis das empresas para controlar e manipular a vontade ingênua. Outra Analítica, fortalecendo a nós consumidores e profissionais de negócios, em entender o Marketing moderno. O objetivo não é fazer parar de comprar, mas tomar decisões mais Inteligentes. Interessante abordagem de Troiano.

O título em si, já diz muito: um trocadilho intrigante com Brand (Marca) e Brainwash (Lavagem Cerebral).

Fetos vão às compras
Apenas um dos inúmeros exemplos do livro, no Japão um Shopping sabendo que mulheres grávidas passam mais tempo em compras, propositalmente espalhou perfume de talco de bebê perto das lojas de artigos para bebês. Também nessas lojas a música ambiente era calma e acolhedora. Obviamente as vendas cresceram. Mas o que surpreendeu foi que meses depois, passeando com seus bebês pelo mesmo shopping as mães relataram que eles ficavam nitidamente mais calmos perto daquelas lojas, como se o perfume e o som locais tivessem sido experimentado por eles antes, quando na verdade suas mães é que se acalmavam e tinham boas sensações enquanto grávidas.


Medo
35% das propagandas segundo Lindstrom são baseadas no medo. Uma sensação de medo ou insegurança compele os consumidores a comprarem ou consumirem certos produtos ou serviços. Após a ascensão feminina no mercado de trabalho, muitas mulheres passaram a ter o sentimento que não desempenham suas atribuições como mãe e/ou esposa bem. Sentem que de alguma forma negligenciam o cuidado dos filhos ou da família em geral. Algumas empresas já se deram em conta disso, e criaram produtos que se aproveitam desse sentimento: comidas quase prontas para que a mulher tenha a impressão que de fato cozinha para a família, quando na verdade apenas aquece o alimento normalmente pouco natural. Toda a linha de higiene e acessórios de proteção para bebês se baseia nesse medo/culpa maternos.


O Tempo Passa
Da mesma forma, termos como "últimas unidades", "só hoje" incutem no consumidor a ideia de urgência, de tempo passando e ele tem que decidir comprar logo, exatamente para não dar-lhe tempo para pesquisar melhores ofertas (e dar-se conta que essa oferta não tem nada demais). Somos nostálgicos por essência. Segundo Lindstrom, propagandas que se referem ao tempo tem mais chances de sucesso.

Privacidade
Data mining ("Escavação" de Dados) não é novidade. Toda o Marketing online está embasado na análise dos hábitos dos consumidores enquanto estão online. O problema é estabelecer o limite. Até onde o acesso aos dados é lícito, impessoal e não invasivo à nossa privacidade. Lindstrom alerta que mesmo os bebês, antes de nascer já tem uma 'pegada digital', visto que muitos pais registram perfis para eles nas redes sociais e compartilham indistintamente suas imagens e até gostos. Pense nisso: a pobre criança nem entende o que seja dinheiro, mas tem empresa que sabe que ela gosta de papinha de maçã!

Obviamente que todos nós sabemos que os anunciantes sempre nos querem vender algo. Esse interessante livro nos ensina um pouco mais de como eles fazem isso.

Martin Lindstrom já andou pelo Brasil algumas vezes e entre outros eventos, palestrou na ExpoManagement de 2011. Confira.

Brandwashed é sem dúvida outro ótimo livro do surpreendente Martin Lindstrom.

Saiba mais no site ou no twitter do autor.

< / >.