ExpoManagement: A Estratégia como Inovação - Vijay Govindarajan



Juntamente com Gary Hamel, a palestra de Vijay Govindarajan no ExpoManagement2010 tenha sido a mais relevante, porque depois de Gestão, Estratégia é o assunto mais importante nos negócios. Gestão e Estratégia são os alicerces das demais áreas.


Ele nos convida a organizar nossos projetos em 3 "caixas":


1) Gerenciar o Presente.
2) Seletivamente esquecer o Passado.
3) Criar o Futuro.


Segundo Vijay, o maior pecado das empresas é que se olharmos a maioria dos projetos, acabamos classificando-os quase tudos na 1a "caixa". A busca desenfreada por resultados acaba drenando a maior parte do nosso tempo e recursos para o dia-a-dia, o presente. Mesmo quando apresentamos mudanças, se analisarmos com cautela, são na maioria mudanças lineares, sem grandes rupturas, nem sempre inovadoras em si, apenas copias de melhores práticas do mercado ou benchmarks, não inovações genuínas.


Poucos são na realidade os projetos de CRIAÇÃO do futuro. Mudanças com rupturas, mudanças não-lineares, mudanças para daqui 10 ou 20 anos, que efetivamente trariam vantagens competitivas estratégicas.


E as vezes, pior ainda, não temos nenhum projeto de, seletivamente, deixar de fazer coisas, "esquecer o passado" como ele diz, "largar o osso" como dizemos nós.


O tempo e recursos desprendidos para as 3 "caixas" precisam ser distribuidos, algo como 70/10/20. Mas o que não pode acontecer é a caixa 3 ficar com um mínimo, ela é tão importante quanto a 1.


Vijay cita inúmeros casos de mudanças que geram rupturas, que alteram o mercado como um todo. Ele cita Mohamad Yunus e o banco Grameen para os miseráveis de Bangladesh; o Tata Nano, carro para os pobres (abaixo de US$ 2.000), entre outros.
 
Não por acaso exemplos da Índia e região, pois segundo Vijay, o que falta ao Brasil para se projetar como próxima potência mundial (coisa que China e Índia já estão se adiantando) é as empresas e governo se dedicarem mais para a 3a "caixa", buscar metas ousadas, claramente comunica-las e correr atrás, não somente viver os problemas do presente. Antigas práticas também devem ser descontinuadas para dar lugar para as inovações. 


Normalmente essas rupturas são dificeis de entrar na cultura da empresa, ainda mais se o CEO tenha estabelecido o novo status quo. Lembra ele: "Reis não começam revoluções."
O duro é que os "sinais" do futuro são sempre muito atenuados, fracos, difíceis de se notar ou mesmo interpretar. Quase sempre "passam batido". Como fazer então? Manter um pessoal para "amplificar" esses sinais. Estudar e simular os sinais. Errar antes em teste é errar mais barato.


Tal qual Kotler sugere a criação de 2 Deptos de Marketing, um para os produtos de hoje, outro para os de amanhã, Vijay sugere a divisão do Foco Estratégico: fazer dinheiro agora (caixa 1 e 2) e fazer o caminho para fazer dinheiro no futuro (caixa 3).


Interessante que Vijay revela que seu conceito não é de todo original. Segundo ele, teria se baseado na Trindade Hindu (Vishnu - Shiva - Brahma). As 3 divindades representam, respectivamente: a vida (presente), a destruição (seletiva do passado), a criação (do futuro) [na imagem não estão necessariamente nessa ordem] e coexistem de modo equilibrado. A vida precisa ser seletivamente destruída para fazer espaço para as novas criações. 


Vijay teria apenas "adaptado" o milenar conceito hindu para a Estratégia.  Superinteressante! :)


Recentemente Govindarajan publicou um livro em parceria com Chris Trimble: 'O Outro Lado da Inovação' que foca o lado da Execução das idéias inovadoras, bem interessante. Confira a resenha dele.


Mais detalhes no portal da HSM:
. O que será de sua empresa em 2030?


Veja o resumo das outras palestras da ExpoManagement aqui.


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