Sucesso & Fracasso

Assunto oportuno para final-de-ano.

Sempre na última semana do ano as pessoas fazem seus “balanços” pessoais.

Reflitem sobre o que fizeram de bom e de "não-tao-bom" no ano que se fecha. As metas alcançadas, as realizações positivas, as alegrias. Mas também reflitem sobre os planos não realizados, as metas não atingidas, as tristezas, os revezes, tanto pessoais quanto profissionais. Nem sempre o Fracasso é fruto de um erro da própria pessoa, ou de uma pessoa só. Pode ser um fato externo à pessoa, sob o qual a pessoa não tenha a mínima gerencia. Mas pode ser algo que seja de total responsabilidade da pessoa ou ainda algo que ela tenha atuação ou responsabilidade parciais. De qualquer forma o Fracasso nunca é saboroso, havendo erro nosso ou não. É um fato.

Errar é humano, mas reconhecer o erro não é.

Ninguém gosta de se expor, ainda mais negativamente. A natureza humana tem, em seu lado animal, a característica da defesa, da autopreservação, da sobrevivência. É um instinto que todos os animais têm e no homem não é diferente. A pessoa tem de ser muito evoluida para admitir TODOS seus erros a TODA hora. Em média, as pessoas no seu cotidiano reconhecem menos da metade de seus erros, seja porque não acham que erraram, seja omitindo (numa maneira mais branda) ou mesmo mentindo (numa manifestação mais deturpada) sobre eles. Na verdade, até nossa legislação protege ou no mínimo consente essa prática, ao estabelecer que nenhum cidadão é obrigado a gerar prova contra si mesmo. Ou seja, nesse nosso pedaço do globo, omissão não é condenável socialmente. Mas não vamos nos alongar nessa polêmica.

O fato é que talvez o Fracasso seja o maior dos “erros” que mais se busca ocultar, ainda que instintivamente.

O interessante é que, por outro lado, o Sucesso por definição nunca é definitivo, já diria Churchill. Mais ainda, o Sucesso é, em sintese, o maior causador do Fracasso. O Sucesso essessivo é inebriante e faz com que as pessoas ou organizações fiquem muito autoconfiantes e negligentes em consequência, levando então ao Fracasso.

O Fracasso é apenas a oportunidade para começar de novo com mais Inteligência” – Henry Ford.

Também segundo Ford, “jamais contrate alguém que nunca fracassou”. Como errar é humano e o Fracasso vem para todos em algum momento da vida, se você contrar alguém que nunca fracassou, das duas uma: ou ele vai fracassar agora, trabalhando com você, ou ele é um grande mentiroso.

Alguns Fracassos no começo da vida resultam em grandes benefícios práticos” – Thomas Huxley.

[ Texto consultado: “Sucesso e Fracasso” em “Marketing de A a Z” de Philip Kotler. ]

Portanto, um Feliz Ano Novo, pleno de Sucesso e realizações positivas! 

E se o Fracasso ainda não lhe veio, que venha logo (de preferência antes do carnaval!), mas venha brando, para você se levantar logo e fácil e aprender com ele.

Abraços e Sucessos (e Fracassos)!

:) < / >.

Os 10 Pecados Mortais do Marketing - Philip Kotler


Título: Os 10 Pecados Mortais do Marketing
Autor: Philip Kotler
Tradução de: Ten Deadly Marketing Sins
Editora: Campus-Elsevier
Ano: 2004
Páginas: 128
ISBN/EAN: 9-788535-215038
Avaliação < / >. :
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Escrito em 2004, “Os 10 Pecados Mortais do Marketing” traz as primeiras análises e conclusões que o prof. Philip Kotler – considerado o “pai do Marketing Moderno” – fez ao diagnosticar que o Marketing estava mudando no inicio do novo milênio. Ou melhor, que o mundo e o Mercado estavam mudando e, portanto as práticas “de então” do Marketing necessitavam mudanças. Muitas Empresas se julgavam “fazendo Marketing” da forma correta, quando na verdade não estavam ou mesmo estando para os paradigmas de então, precisavam se abrir para monitorar novos conceitos por vir.

Esse estudo do prof. Kotler, analisando esses “pecados”, culminou mais recentemente (2010) com o seu novo conceito e livro, o “Marketing 3.0”, cuja leitura é altamente recomendada.

Seus “10 pecados” ainda são muito reais e vivos nas Empresas de hoje:

  1. Sua Empresa não é suficientemente focada no marketing e orientada para o cliente.
  2. Sua Empresa não tem entendimento completo dos seus públicos-alvo.
  3. Sua Empresa precisa definir melhor e monitorar os concorrentes.
  4. Sua Empresa não tem administrado adequadamente o relacionamento com os stakeholders.
  5. Sua Empresa não é boa em encontrar novas oportunidades.
  6. O processo de planejamento de marketing de sua Empresa é deficiente.
  7. As políticas de produtos e serviços de sua Empresa precisam de ajustes.
  8. A capacitação de construção de marcas e de comunicação de sua Empresa é deficiente.
  9. Sua Empresa não está bem organizada para a prática eficiente e eficaz do marketing.
  10. Sua Empresa não usou ao máximo a tecnologia disponível.
Sob a ótica do novo Marketing 3.0, talvez o único pecado que merece ou merecerá uma pequena nova grafia é o 1º: “Empresa não é suficientemente focada no Cliente.” Sem dúvida o foco no Cliente faz TODO o sentido no agora chamado “Marketing 2.0” e sempre será essencial, mas num panorama de Marketing 3.0, esse foco, gradativamente se amplia do Cliente para o Planeta. Em médio prazo, o real Valor das Empresas vai estar não no que elas “entregam” para o Cliente, mas no que elas “entregam” e fazem para o Planeta, para a Humanidade como um todo.

Como preâmbulo de “Marketing 3.0”, ou para as Empresas ainda se estabelecendo entre o 1.0 e o 2.0, “Os 10 Pecados Mortais do Marketing” é leitura recomendada.

Do mesmo autor, leia também a resenha: "Marketing de A a Z".


J < / >.

Marketing de A a Z – Philip Kotler


Título: Marketing de A a Z
Autor: Philip Kotler
Tradução de: Marketing Insights from A to Z
Editora: Campus
Ano: 2003
Páginas: 229
ISBN/EAN: 9-788535-211658
Avaliação < / >. :
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Marketing de A a Z não é um livro novo – 2003 – mas até hoje prova muito o seu valor.
Escrito por Philip Kotler, considerado o “pai do Marketing Moderno”, com 80 conceitos organizados em ordem alfabética, de “Ativos e Recursos de Marketing” a “Zest”, é uma excelente fonte de referência e consulta para profissionais de Marketing conferirem e relembrarem conceitos e também um ótimo compêndio para os profissionais “não-marketeiros” entenderem o fundamental dessa matéria.

A linguagem direta e didática de Kotler, que o tornou famoso, descreve nesse livro cada conceito de forma precisa em uma, duas ou três páginas, enriquecidas com citações de alguns cases de sua vasta experiência. Leitura super fácil, rápida e fluida.

Enfim, para quem não é de Marketing tem o fundamental. E para quem é do ramo, tem a fonte certa para aquela consultazinha quando pinta a dúvida e de graça ainda se ganha algumas boas “sacadas” do Prof. Kotler. Essencial na prateleira de qualquer profissional de Marketing ou Gerentes em geral, envolvidos de alguma forma com atividades de Marketing

Outra leitura de Kotler altamente recomendada é o recente “Marketing 3.0” (2010). Além de trazer as últimas inovações nos conceitos de Marketing faz um paralelo recaptulando o que agora ficou definido como Marketing 1.0 e 2.0.


Confira a resenha de "Os 10 Pecados Mortais do Marketing" também de Philip Kotler.

J < / >.

A Origem das Idéias



"À primeira vista, nada pode parecer mais ILIMITADO que o PENSAMENTO, que ESCAPA do poder e AUTORIDADE dos homens, e não fica restrito nem mesmo aos limites da natureza e da realidade.


Enquanto o corpo fica confinado num único planeta, num instante o pensamento pode nos transportar para as regiões mais distantes do universo, para o caos ilimitado. Nada está além do poder do pensamento, exceto o que implica em absoluta contradição.


Contudo na realidade, nosso pensamento está CONFINADO ao que conseguimos compor, transpor, aumentar ou diminuir de coisas que já SENTIMOS ou EXPERIMENTAMOS anteriormente. Nosso pensamento é limitado portanto, a uma composição de nossas IMPRESSÕES."


- David Hume (Da Origem das Idéias)


Adaptado de: "Textos Básicos de Filosofia" de Danilo Marcondes


Amplie seus pensamentos! Sinta! Experimente! Tenha NOVAS Impressões!
:)
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Paixão - Submissão - Servidão



"A SERVIDÃO humana vem da SUBMISSÃO às nossas PAIXÕES, ao passo que a LIBERDADE vem da libertação pelo INTELECTO. E a FELICIDADE é a compreensão LÓGICA do mundo e da VIDA. Não rir nem chorar, apenas COMPREENDER."


- Baruch Spinoza.


Liberte-se! Pense! Compreenda!
:)
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Penso (lentamente)... logo Existo


"Não basta ter um bom espírito, o principal é aplicá-lo bem.
As maiores almas são capazes dos maiores vícios, assim como das maiores virtudes.
E aqueles que só andam BEM LENTAMENTE podem AVANÇAR MUITO MAIS, se seguirem sempre o caminho CERTO, que aqueles que correm e dele se desviam."


- René Descartes (Discurso do Método)


Fonte: "Textos Básicos de Filosofia" de Danilo Marcondes


Tá com pressa?
Vamos pescar! Mas traga a vara certa!
:)
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Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes - Stephen Covey





Título: Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes
Autor: Stephen Covey
Tradução de: The 7 Habits of Highly Effective People
Editora: Franklin Covey
Ano: 2009
Páginas: 77
ISBN/EAN: 9-788576-843436
Avaliação < / >. : 
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Antes de mais nada, cabe esclarecer que refiro-me à "Miniedição" do livro (77 pg. 2009).


Trata-se de um bom livro que, acabou malinterpretado ou mesmo injustiçado de certa forma, devido ao título lhe conferir um ar muito de auto-ajuda. Depois que recebeu versões complementares - "Os 7 Hábitos na Prática", "7 Hábitos para Adolecentes", "O 8o. Hábito", ai mesmo que a "fama deitou na cama"...


Enfim. Depois de ler críticas contra e a favor e ao descobrir a versão de bolso, me senti tentado a lê-lo. Afinal são parcas 77 páginas  - minutos! de leitura - perto das 444 originais.

Os tais 7 Hábitos são:



  • 1: Ser Proativo;
  • 2: Começar com o Objetivo em Mente;
  • 3: Primeiro o Mais Importante;
  • 4: Pensar no "Ganha-Ganha" ("Win-win");
  • 5: Procure Primeiro Compreender, Depois ser Compreendido;
  • 6: Criar Sinergia;
  • 7: Afinar o Instrumento.


Até pela data da primeira edição não ser tão nova assim (1989), os 7 Hábitos de alguma forma já foram explorados por outros autores, outras publicações, seminários, etc. Gente que certamente leu ou assistiu Covey.

Resumindo, o conteúdo em si é bom, mas talvez não sejam conceitos hoje novos.
De qualquer forma está listado entre "Os 100 Melhores Livros de Negócios de Todos os Tempos" de Todd Sattersten e Jack Covert (2009), portanto "influente" o livro certamente é.
De repente a melhor forma de lê-lo é fazer como fiz: ler a miniedição. Ou mesmo somente conferir as diversas resenhas na net e poupar tempo para "afinar seu instrumento".

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Vivendo na Dúvida...



"Viver na dúvida é quase sempre mais rentável que viver na certeza".


É o que diz o guru de marketing Seth Godin - autor de A Vaca Roxa, Todos os Marketeiros são Mentirosos e 'Small is the new Big' - em seu blog hoje.


Segundo ele, as pessoas não gostam da incerteza. Portanto gastam dinheiro e desistem de oportunidades se protegendo da incerteza. O Empreendedorismo é uma questão de viver com dúvidas, está em sua essência. Na busca de segurança e certeza, as pessoas acabam abrindo mão de oportunidades.
Por outro lado, se você se acostuma à incerteza, pode desenvolver um bom instinto de negócios.


Agora duro é viver arriscando toda hora... encontrar esse equilíbrio é que é o dificil.
De qualquer forma, boa sacada do Seth. Faz refletir.


Ficou na dúvida? :)
Mais detalhes e idéias no blog do Autor.

Confira também as resenhas de livros de Seth Godin:

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ExpoManagement: Homenagem a Prahalad


Essa 10a. Edição do ExpoManagement foi dedicada à C.K. Prahalad que faleceu esse ano.

O professor Prahalad, um dos papas do Management e "Guru da Riqueza na Base da Pirâmide", graduou-se em Harward e fez carreira na Universidade de Michigan, chegando ao cargo máximo naquela instituição e é autor de diversos livros e teses:


.The Core Competence of the Corporation (com Gary Hamel, 1990).
.Competindo pelo Futuro (com Gary Hamel, 1994).
.O Futuro da Competição (com Venkat Ramaswamy, 2004).
.A Riqueza na Base da Pirâmide (2004).
.A Nova Era da Inovação (com M.S. Krishnan, 2008).


Prahalad foi o primeiro pensador de negócios de país emergente realmente influente. Seus estudos sobre a pobreza no mundo, levaram-no a ser conhecido por seu "Pensamento Indiano de Prahalad" sobre as oportunidades de negócios na base da pirâmide social. Segundo ele, as empresas não precisam ajudar as pessoas miseráveis do mundo com programas sociais se não quiserem. Precisam sim, empresas e instituições financeiras, aprender a lidar com esse mercado consumidor. Existem cerca de 4 bilhões de pessoas no mundo que vivem com cinco dólares ou menos por dia. Desses 4 bilhões, um terço vive com menos de UM dólar/dia! As empresas e instituições financeiras podem melhorar a vida dessas pessoas, não com caridade, mas desenvolvendo produtos e negócios - rentáveis para as empresas e instituições - desenvolvidos especificamente para esse público, um gigantesco mercado consumidor. Mas para isso, produtos e formas de comercialização tradicionais não servem.

Um bom exemplo é o Grameen Bank de Muhamed Yunus de Bangladesh, o "Banco dos Miseráveis", umas das mais rentáveis instituições financeiras do mundo, que baseia suas operações em micro-créditos. Totalmente alinhado com o Pensamento de Prahalad.




Sem dúvida, o legado de C.K.Prahalad ainda vai ecoar muito nesse século de profundas mudanças.
Certamente no futuro não tão distante, Prahalad vai ser lembrado com um dos primeiros visionários do mundo mais colaborativo e na inserção da base da pirâmide social no mercado consumidor.


"First things first. Poors first."


Veja o resumo das palestras da ExpoManagement aqui.


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ExpoManagement: O Código da Liderança - David Ulrich

David Ulrich foi sem dúvida o mais simpático e interativo de todos os palestrantes estrangeiros da ExpoManagement 2010.

Ao abordar o assunto Liderança, falou do conceito-essência de seu livro 'O Código da Liderança' (2009) que é bem interessante e sutil: As empresas líderes não são aquelas que tem um grande líder conduzindo-a, mas as empresas que promovem a Liderança em sua cultura empresarial. Da mesma forma, a principal missão do grande Líder da empresa é promover a Liderança, capacitar os diversos escalões de sua empresa a serem eles também, líderes.


E o caminho segundo Ulrich para uma liderança eficaz é não apenas focar-se na característica de liderança que o executivo tem mais pendor, mas também procurar desenvolver, ao menos a um nível mínimo, as demais áreas.


Veja as 4 áreas de competência da Liderança, segundo ele:
(Click na imagem para ampliar. fonte: HSM)

Note que ele incluí uma "quinta" área de competência que é a Capacitação Pessoal.


Entende todos os detalhes do tema na resenha do livro 'O Código da Liderança' de Dave Ulrich.

Uma observação importante que Ulrich fez sobre palestras e treinamentos, é que a maioria das pessoas as encaram como 'atividades turísticas', absorvem conhecimentos e ensinamentos, mas não se preocupam em começar a pô-las em prática. Nem que seja, um passo inicial, para depois dar os outros passos. Ele contou a piada dos patos que vão para um curso de 'como voar'. Chegam andando, passam 3 dias em um luxuoso hotel recebendo treinamentos com gurus da arte de voar, treinam, praticam, voam. E no final voltam para casa... a pé!

Ao final de sua palestra, como o palestrante que fecharia o evento - Henrique Meirelles, presidente do Banco Central - ainda estava preso no trânsito, Dave teve ainda tempo de prestar uma "consultoria" a perguntas de pessoas presentes, com direito a rabiscar manuscritos via videoprojetor.



Mais detalhes no portal da HSM:


Veja o resumo das outras palestras da ExpoManagement aqui.

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ExpoManagement: Engajamento do Consumidor - Francis Gouillart


Francis Gouillart fechou o 2o. dia do ExpoManagement 2010 falando de Cocriação - o Engajamento do Consumidor no Processo de Criação de novos Produtos.




Ele começou parafraseando o filme 'Sexto Sentido' em que o garoto protagonista dizia: "I see dead people..." (eu vejo pessoas mortas...), com "I see dead processes..." eu vejo processos mortos!


Segundo ele, os processos atuais de desenvolvimento de novos produtos estão "mortos". Os consumidores devem ser "convidados" para participar do processo.
E não vamos confundir pesquisas de mercado, testes de validação com usuários antes do lançamento do produto com Cocriação. 


Cocriação é quando os consumidores sugerem um produto e são envolvidos no processo dentro da empresa para desenvolvimento do produto sugerido. Como que a empresa terceirizasse alguns dos passos do desenvolvimento usando recursos colaborativos (wiki) que são os consumidores.

A Cocriação é um reflexo na indústria do que já está acontecendo na internet 2.0, a internet participativa, com os blogs, redes sociais, wikipedias, mash-ups, marketing viral, etc., onde o Conteúdo não mais engolido a seco pelo consumidor (consumidores 'Zumbis' como Francis os chama), que comenta dos conteúdos e mesmo cria por conta própria, ou cria junto - cocria - com os desenvolvedores originais.

Muitas empresas já tem algumas iniciativas embrionárias de cocriação, preparando-se para esse novo paradigma de mercado. Francis contou cases como o Nike +, Camiseteria (Brasil), e-Choupal, Correios da França, Santander Brasil, Caja Navarraetc.

O fato é que as empresas perdem muito em não usar o consumidor como recurso no desenvolvimento ou aprimoramento de produtos, mesmo porque, muitos são de fato experts ao menos na usabilidade do produto e a maioria está disposta a colaborar gratuitamente. 

Interessante que a cocriação não se limita a consumidores, mas internamente na empresa, departamentos não diretamente relacionados ou não podem também cocriar processos e produtos.

Mas a essência da cocriação bem-sucedida não é ter alguns "pulsos" de iniciativas cocriativas, mas sim, desenvolver na empresa uma "plataforma" de processos que permita a cocriação sempre que necessário, e na "dosagem" desejada.

Camiseteria e e-Choupal são negócios 100% dependentes de cocriação e já tem suas plataformas enraizadas no DNA da Empresa.

Um conceito interessante é que quanto mais cocriativas as empresas, menos elas dependem de estudos de segmentação. Em síntese, a cocriação eliminaria a segmentação dependendo do produto ou indústria em si. Mas isso ainda está bem aberto a discussões. E ainda que fosse verdade, haveria um médio a longo período de transição para a eliminação da segmentação. Enfim, assunto para outro debate.

Francis Gouillart acaba de publicar um livro em parceria com Venkat Ramaswamy - 'A Empresa Co-criativa' que desenvolve bem o assunto. O livro está entre os 'Top 10 de 2010' de Tom Peters. 


Mais detalhes no portal da HSM:


Veja o resumo das outras palestras da ExpoManagement aqui.

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ExpoManagement: A Estratégia como Inovação - Vijay Govindarajan



Juntamente com Gary Hamel, a palestra de Vijay Govindarajan no ExpoManagement2010 tenha sido a mais relevante, porque depois de Gestão, Estratégia é o assunto mais importante nos negócios. Gestão e Estratégia são os alicerces das demais áreas.


Ele nos convida a organizar nossos projetos em 3 "caixas":


1) Gerenciar o Presente.
2) Seletivamente esquecer o Passado.
3) Criar o Futuro.


Segundo Vijay, o maior pecado das empresas é que se olharmos a maioria dos projetos, acabamos classificando-os quase tudos na 1a "caixa". A busca desenfreada por resultados acaba drenando a maior parte do nosso tempo e recursos para o dia-a-dia, o presente. Mesmo quando apresentamos mudanças, se analisarmos com cautela, são na maioria mudanças lineares, sem grandes rupturas, nem sempre inovadoras em si, apenas copias de melhores práticas do mercado ou benchmarks, não inovações genuínas.


Poucos são na realidade os projetos de CRIAÇÃO do futuro. Mudanças com rupturas, mudanças não-lineares, mudanças para daqui 10 ou 20 anos, que efetivamente trariam vantagens competitivas estratégicas.


E as vezes, pior ainda, não temos nenhum projeto de, seletivamente, deixar de fazer coisas, "esquecer o passado" como ele diz, "largar o osso" como dizemos nós.


O tempo e recursos desprendidos para as 3 "caixas" precisam ser distribuidos, algo como 70/10/20. Mas o que não pode acontecer é a caixa 3 ficar com um mínimo, ela é tão importante quanto a 1.


Vijay cita inúmeros casos de mudanças que geram rupturas, que alteram o mercado como um todo. Ele cita Mohamad Yunus e o banco Grameen para os miseráveis de Bangladesh; o Tata Nano, carro para os pobres (abaixo de US$ 2.000), entre outros.
 
Não por acaso exemplos da Índia e região, pois segundo Vijay, o que falta ao Brasil para se projetar como próxima potência mundial (coisa que China e Índia já estão se adiantando) é as empresas e governo se dedicarem mais para a 3a "caixa", buscar metas ousadas, claramente comunica-las e correr atrás, não somente viver os problemas do presente. Antigas práticas também devem ser descontinuadas para dar lugar para as inovações. 


Normalmente essas rupturas são dificeis de entrar na cultura da empresa, ainda mais se o CEO tenha estabelecido o novo status quo. Lembra ele: "Reis não começam revoluções."
O duro é que os "sinais" do futuro são sempre muito atenuados, fracos, difíceis de se notar ou mesmo interpretar. Quase sempre "passam batido". Como fazer então? Manter um pessoal para "amplificar" esses sinais. Estudar e simular os sinais. Errar antes em teste é errar mais barato.


Tal qual Kotler sugere a criação de 2 Deptos de Marketing, um para os produtos de hoje, outro para os de amanhã, Vijay sugere a divisão do Foco Estratégico: fazer dinheiro agora (caixa 1 e 2) e fazer o caminho para fazer dinheiro no futuro (caixa 3).


Interessante que Vijay revela que seu conceito não é de todo original. Segundo ele, teria se baseado na Trindade Hindu (Vishnu - Shiva - Brahma). As 3 divindades representam, respectivamente: a vida (presente), a destruição (seletiva do passado), a criação (do futuro) [na imagem não estão necessariamente nessa ordem] e coexistem de modo equilibrado. A vida precisa ser seletivamente destruída para fazer espaço para as novas criações. 


Vijay teria apenas "adaptado" o milenar conceito hindu para a Estratégia.  Superinteressante! :)


Recentemente Govindarajan publicou um livro em parceria com Chris Trimble: 'O Outro Lado da Inovação' que foca o lado da Execução das idéias inovadoras, bem interessante. Confira a resenha dele.


Mais detalhes no portal da HSM:
. O que será de sua empresa em 2030?


Veja o resumo das outras palestras da ExpoManagement aqui.


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